Tudo é Africano!
No dia 18 de março de 2011 a EMEF Antonio Carlos teve a honra de receber a visita do Prof. Dr. Henrique Cunha Junior, para palestrar sobre as Contribuições dos Africanos para a Cultura Brasileira.
O evento começou com a encenação da Roda Bantu, por alunos ensaiados pela Professora Luzinete.
Na primeira parte da apresentação o Professor Henrique abordou o tema “Os Africanos sabiam escrever!”, destacando várias formas letradas criadas e difundidas pelos africanos como meio de codificação e comunicação: hieróglifos egípcios, núbios; as escritas etíopes, tuaregues, cromáticas do povo do Benin e da Nigéria, silográficas da Nigéria, entre outras. Ao discorrer sobre o amplo letramento africano, o Professor Henrique mostrava tabelas, documentos históricos e ilustrações de livros que demonstravam a complexidade da comunicação africana.
O Professor Henrique também discorreu sobre as profundas relações comerciais que os africanos mantinham com chineses e árabes, fato que contribuiu para enriquecimento cultural dos povos africanos. Apresentou algumas informações que demonstravam indícios de que parte do povo africano conheceu o cristianismo muito antes que várias nações européias. Destacou também a comparação entre africanos (que conheciam várias línguas) e europeus que eram (muitos deles) analfabetos. Os poucos europeus alfabetizados desconsideravam as formas escritas que não eram a grega e a latina.
“Se os brasileiros não soubessem nada sobre a África seria melhor do que um saber degenerado.” Afirmou o Professor Henrique.
Na segunda parte da palestra o Professor Henrique falou sobre as muitas contribuições tecnológicas para a cultura material brasileira. Destacou que essas técnicas foram amplamente usadas nos ciclos econômicos que compuseram a história da escravização brasileira. Por meio de muitos exemplos mostrou que no ciclo do açúcar, do café, na agricultura, na manufatura têxtil, na navegação de cabotagem, na construção, da cultura do gado e do couro foram usados intensamente os conhecimentos dos africanos.
O Professor Henrique fez com que questionássemos sobre a dificuldade de enxergarmos o legado africano no Brasil. Denunciou o fato de que “no Brasil foi criado um aparato mental para rejeitar tudo que é africano” e que muitas criações africanas foram indevidamente imputadas aos europeus.
“A escravização foi efetivada e imposta pela violência e não pela cultura”. Afirmou o Professor Henrique.
O intuito do Professor Henrique, ao falar da amplitude e complexidade cultural africana e afrobrasileira foi desmistificar a idéia de que o Continente Africano é atrasado e contribuir para a construção de uma identidade afrobrasileira positiva.
Professor Henrique e Professora Conceição (Organizadora do Evento)
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