MEMÓRIA DE FESTA JUNINA



Sempre gostei de festa junina. Os meus avós maternos se casaram no dia de São Pedro (29 de junho) e meu avô se chama Pedro. Então a tradição era fazer a fogueira neste dia. Muita comida e bebida típica e brincadeiras e simpatias. Mas a lembrança que vou contar aconteceu na escola...
Foi na escola estadual Máximo de Moura Santos, que estudei da primeira até a oitava série e todos os anos participava da tão esperada festa junina. Na verdade a festa para mim já começava bem antes da data marcada, quando a professora de Educação Artística passava nas salas recrutando os alunos para dançar a quadrilha e começavam os ensaios. Mesmo sendo pobre eu nunca me preocupava com que roupa eu ia dançar, nem com quem ia ser meu par. O importante para mim era dançar.
E era sempre uma confusão pra conseguir o vestido. Uma vez cismei que queria ser a noiva. Já tinha dançado vários anos e já tinha sido até mãe da noiva, desta vez queria eu ser a noiva. Acho que isso aconteceu no ano de 1985. Agora se já era difícil comprar um vestido de chita para dançar quadrilha, imaginem para conseguir um vestido de noiva. Mas eu nem pensava nisso, eu só queria ser a noiva e dançar. Nem avisei nada em casa, pois não ia adiantar, minha mãe não ia poder comprar um vestido de noivinha para mim. Continuei ensaiando, ensaiando...
Um dia a professora Regina perguntou se já estava tudo certo com o vestido e eu respondi que sim (mentira). Comecei a me preocupar, mas não parei de ensaiar. Ensaiamos o casamento e tudo tava certo, menos é claro o bendito vestido.
Chegou o dia da festa. E agora? Pensei na mulher do meu tio que tinham se casado há pouco tempo. Mas um vestido de noiva de verdade é claro que ela não me emprestaria. Eu nunca fui cara-de-pau, mas não tinha outra saída. Enchi-me de coragem e pedi o vestido emprestado e para minha surpresa ela emprestou sem hesitar e ainda me arrumou.
Na festa tinham outras duas noivas, mas onde eu passava ouvia os elogios que eu parecia uma noiva de verdade e que estava linda (rsrsrsrsrs). Eu fiquei muito contente neste dia.
Alguns anos depois encontrei o menino que foi meu par na festa junina, o Maroja, e ele ainda lembrava do nosso casamento caipira e rimos muito. O que ele não sabe até hoje é que quase não haveria casamento.

Comentários

Inês S Santos disse…
Oi Andréia,
Gostei da sua história, espero que nossos alunos possam construir e vivenciar,histórias como esta, na nossa Festa Junina 2008. Bjs. Professora, Inês S Santos.
Rose Gimenes disse…
Que bacana, achei a história super legal, será que você consegue uma foto?

bjs
Prof Rose Gimenes

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